Julgamento de Alec Baldwin por homicídio culposo é anulado por ocultação de provas

A Justiça anulou o julgamento de Alec Baldwin por homicídio culposo nesta sexta-feira (12) argumentando ocultação de provas, em uma reviravolta dramática no processo que buscava esclarecer a responsabilidade do ator na tragédia que abalou o set de “Rust”.

Por Onde A Fatos em 13/07/2024 às 15:47:42

A Justiça anulou o julgamento de Alec Baldwin por homicídio culposo nesta sexta-feira (12) argumentando ocultação de provas, em uma reviravolta dramática no processo que buscava esclarecer a responsabilidade do ator na tragédia que abalou o set de “Rust”. A defesa do ator havia apresentado uma moção para solicitar a anulação sob o argumento de que as autoridades “enterraram” evidências do caso, ao que a juíza Mary Marlowe Sommer acatou considerando que a ocultação de evidência potencialmente chave prejudicou o processo. O ator de 66 anos corria o risco de ser condenado a até 18 meses de prisão.

Entenda o caso

Baldwin manuseava um revólver Colt calibre .45 durante um ensaio trágico em outubro de 2021 no Rancho Bonanza Creek, no Novo México, quando a arma disparou uma bala que matou a diretora de fotografia do filme de faroeste, Halyna Hutchins, e feriu o diretor. “Este caso deve ser rejeitado, Vossa Excelência”, afirmou Luke Nikas, advogado de Baldwin no início do terceiro dia de julgamento em um tribunal de Santa Fé, no sudoeste dos Estados Unidos. Os defensores de Baldwin argumentam que não tiveram acesso a um estojo de balas que foi entregue às autoridades em março, mais de dois anos após a morte de Halyna Hutchins no set de “Rust”.

A juíza Mary Marlowe Sommer conduziu a tensa audiência, que durou pouco mais de uma hora, e decidiu enviar o júri para casa para discutir a moção, interrogando uma perita criminalística e um detetive que trabalhou no caso, além de Seth Kenney, fornecedor das armas de apoio utilizadas em “Rust”. A questão surgiu na quinta-feira enquanto Alex Spiro, um dos advogados de Baldwin, interrogava a perita forense Marissa Poppell, que confirmou ter recebido o estojo de balas de um ex-policial e classificado o artefato sob instruções superiores, fora do âmbito do caso, sem enviá-lo ao FBI, a polícia federal dos Estados Unidos, para análises.

Questionada pela promotora Kari Morrissey, Poppell afirmou que as balas não correspondiam à munição real encontrada no set de “Rust”, o que parecia encerrar o assunto. Poppell, no entanto, foi chamada de volta ao tribunal nesta sexta-feira, agora com as balas para serem examinadas pela juíza Sommer, bem como pela promotoria e pela defesa, que pediu para incluí-las como evidência no caso. A narrativa da defesa de Baldwin nos dois primeiros dias de julgamento é que a polícia não investigou de forma abrangente o caso e se concentrou apressadamente no ator.

Um plano perfeito

Spiro argumentou nesta sexta que os investigadores “enterraram” evidências ao não apresentarem o estojo de balas. O advogado já havia mencionado em seus argumentos iniciais na quarta-feira (10) que, durante a perícia, o FBI danificou irreparavelmente o revólver Colt calibre .45 cuja bala atingiu Hutchins. Isso impediu, segundo o advogado, comprovar a versão de Baldwin questionada pelas autoridades: que a arma disparou sem que ele apertasse o gatilho. “Foi um plano perfeito”, declarou Spiro nesta sexta-feira, insinuando que a destruição da arma e a supressão de evidências foram intencionais para prejudicar seu cliente.

Baldwin, de terno escuro e óculos de armação grossa, observava a discussão com expressão tensa e braços cruzados, enquanto sua esposa, Hilaria, e seus irmãos, Stephen e Beth, faziam o mesmo nos fundos do tribunal. A investigação do caso nunca esclareceu como as balas reais, encontradas no carrinho de apoio, na caixa de balas e nos coldres pertencentes a Baldwin e a outro ator, entraram no set de filmagem, algo proibido pelos padrões da indústria.

Publicado por Carolina Ferreira
*Com informações da AFP

Fonte: Jovem Pan

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