Editores de livros sugerem propostas para retomar aumento de leitores

Por Onde A Fatos em 09/09/2024 às 11:45:09

Com a assinatura do decreto que regulamenta a PolĂ­tica Nacional de Leitura e Escrita na quinta-feira (5) pelo presidente Luiz InĂĄcio Lula da Silva, a discussão em torno de propostas é retomada no setor. O presidente do Sindicato Nacional dos Editores de Livros (Snel), Dante Cid, defende que se combine a distribuição de livros em formato digital e impressos para aumentar o nĂșmero de leitores espontâneos no paĂ­s.

A regulamentação possibilitarĂĄ ao governo federal criar um novo Plano Nacional de Livro e Leitura (PNLL), buscando reverter a queda de leitores dos Ășltimos anos. A Ășltima edição da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, divulgada em 2020, aponta uma perda de 4,6 milhões de leitores entre 2015 e 2019. O levantamento foi elaborado pelo Instituto Pró Livro e o ItaĂș Cultural.

Para motivar a retomada do interesse pelos livros, o representante da Snel enfatiza que experiĂȘncias feitas em escolas no exterior, em paĂ­ses como a Suécia, podem orientar o Brasil em relação a essa questão. Ele comenta que instituições que adotaram apenas o modelo digital obtiveram resultado pior na assimilação dos conteĂșdos por parte dos alunos.

Apesar dessa constatação, Cid considera que a versão eletrônica pode ser uma solução para locais em que o transporte de volumes é complicado e para ampliar o acesso a livros especializados. Como exemplo, cita a categoria dos livros técnico-cientĂ­ficos que compuseram bibliotecas digitais e puderam, assim, serem lidos, como observou em sua própria vivĂȘncia com uma editora. Isso poderia ser complementado pela biblioteca fĂ­sica.

"Grande parte das classes socialmente desfavorecidas estĂĄ em municĂ­pios de grande acesso. A gente sabe da dificuldade dos jovens para chegar à escola e ao trabalho, de transporte. Para o livro chegar a eles, é igualmente difĂ­cil. A gente sabe que o Ministério da Educação sempre trabalha com a disponibilização do livro digital", lembra, sugerindo que a pasta trabalhe em conjunto com os Ministérios das Cidades e da Cultura.

"A gente pode ter um mix de soluções: bibliotecas fĂ­sicas em municĂ­pios tradicionais e, em municĂ­pios com acesso mais complicado, ter um conjunto de produtos impressos que chegam paulatinamente, junto com livros digitais de disponibilidade imediata", adiciona.

Para o diretor executivo da biblioteca digital gratuita de São Paulo SP Leituras, Pierre André Ruprecht, o decreto é fundamental para encaminhar medidas que sejam colocadas em prĂĄtica. "É mais do que uma afirmação de interesse ou de intenção. É um compromisso de execução de ações concretas e importantes para caminharmos juntos nesse objetivo, de termos, de fato, um paĂ­s leitor, com acesso a conhecimento e à literatura", afirmou.

Fonte: AgĂȘncia Brasil

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