Cedra lança dados sobre ingresso da população negra no ensino superior

Por Onde A Fatos em 12/11/2024 às 19:21:19

Em 2010, a parcela de estudantes negros no ensino superior era de 10,7%, contra 19,8% de brancos. Em 2019, embora a quantidade de negros ainda fosse menor do que a de brancos (42,5%), jĂĄ passava de um terço (38,2%).

Os dados são do Centro de Estudos e Dados sobre Desigualdades Raciais (Cedra), que teve como referĂȘncia o Censo da Educação Superior, elaborado e divulgado anualmente pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais AnĂ­sio Teixeira (Inep). O Cedra disponibilizarĂĄ todos os dados a partir da próxima terça-feira (19), em seu site.

Um dos pontos cruciais para se dimensionar o impacto do racismo e das desigualdades decorrentes dele, como a que cria abismos na educação, é obter dados que permitam saber o perfil dos estudantes. Por isso, conforme o Cedra, uma das ferramentas mais importantes para tornar os levantamentos completos é a declaração de cor-raça.

Em 2010, 68,5% dos universitĂĄrios não haviam indicado essa caracterĂ­stica, porcentagem que caiu significativamente em 2019, para 17%. Sem os dados, a formulação de polĂ­ticas pĂșblicas efetivas também passa a ser mais complicada.

O diagnóstico do Cedra aponta, ainda, que, nas graduações de instituições pĂșblicas, um fator determinante para aumentar o ingresso da população negra, de 2014 a 2019, foram as cotas, estabelecidas pela Lei nÂș 12.711/2012. Nesse intervalo, a porcentagem de pretos e pardos saiu de 26% para 43%, de modo que superaram o total de brancos nas salas, de 40%.

JĂĄ na rede privada, os negros tinham menos espaço nas turmas em 2014, representando 20,8%, e assim permaneceram em 2019, quando a proporção subiu para 36,8%. Os universitĂĄrios brancos eram 30,9% e passaram a ocupar 43,2% das vagas.

O Cedra mostra ainda o recorte de gĂȘnero ao étnico-racial. Nota-se, por exemplo, que havia uma diferença entre o nĂșmero de mulheres brancas e negras que frequentavam as instituições de ensino superior em 2019, sendo essas Ășltimas maioria (43,1%). Entre pessoas do gĂȘnero masculino, as porcentagens de negros e brancos se equiparam (41,8%).

A aceitação de negros em determinados cursos também varia, como revela a documentação do Cedra. As turmas de Engenharia Civil, Elétrica e Mecatrônica, estavam em menor nĂșmero, tanto no ano de inĂ­cio da anĂĄlise desse ponto em particular, em 2014, como no final, em 2019, considerando tanto instituições privadas como pĂșblicas.

Fonte: AgĂȘncia Brasil

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