O Ministério Público de Mato Grosso (MPMT) notificou 13 turistas e dois guias turísticos após a realização de visitações clandestinas à Gruta da Lagoa Azul, localizada em Nobres, a 146 km de Cuiabá. O local, que está fechado para visitação desde 2002 devido aos danos ambientais causados pela exploração inadequada, foi acessado por meio de trilhas clandestinas, desrespeitando as placas de sinalização que indicam o fechamento permanente da atração. Em resposta a essa prática, o MPMT emitiu uma recomendação aos guias turísticos, empresas de turismo e condutores de veículos da região para que cessem a promoção e incentivo a visitas não autorizadas até que a visitação seja devidamente regularizada.
A recomendação foi tomada após a constatação de atividades ilegais na área, com destaque para o uso de rotas não oficiais e o desrespeito às normas de proteção ambiental. Esse episódio é parte de um procedimento mais amplo em curso no MPMT, sob a supervisão do promotor de Justiça Willian Oguido Ogama. A notificação dos 13 turistas e dois guias, realizada na semana passada, constitui uma ação adicional que será considerada nas medidas futuras relacionadas ao caso.
O promotor também anunciou que está programada uma reunião com os responsáveis pelas Secretarias Municipais de Meio Ambiente e Turismo de Nobres, bem como com representantes da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), para avaliar as ações realizadas até agora para coibir a visitação clandestina. "Temos recebido diversas denúncias sobre guias não autorizados cobrando altos valores para conduzir turistas ao local, além de informações sobre servidores municipais envolvidos nas visitas ilegais. Esses dados estão sendo analisados em conjunto com depoimentos e outras informações colhidas pela Promotoria", afirmou Ogama.
A questão da trilha clandestina não é nova: há dois anos, o MPMT, em parceria com a Sema, o Corpo de Bombeiros, a Polícia Judiciária Civil e a Polícia Ambiental, realizou uma operação que confirmou a existência de rotas irregulares na área, além de outros danos causados pela visitação descontrolada.
O promotor destacou ainda os impactos ambientais já identificados na região, como o uso inadequado dos recursos hídricos, a falta de regularização fundiária e alterações no cenário natural da Gruta da Lagoa Azul. "É fundamental que todas as medidas adotadas busquem garantir a preservação ambiental e o adequado acompanhamento do processo de gestão do parque, que é uma unidade de conservação de extrema importância tanto para o Estado de Mato Grosso quanto para o município de Nobres, que depende do turismo como uma das suas principais fontes de economia", concluiu Ogama.
O MPMT segue atento às práticas ilegais na região e compromete-se a adotar todas as providências necessárias para assegurar a preservação do patrimônio natural da Gruta da Lagoa Azul e garantir a legalidade no turismo local.
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