Milei em Alerta: Inadimplência e Cheques Disparam na Argentina

Austeridade econômica expõe fragilidades financeiras no país.

Por Onde A Fatos em 04/06/2025 às 19:10:32

A política de austeridade implementada pelo presidente Javier Milei, embora visando estabilizar a economia da Argentina, tem intensificado a pressão financeira sobre empresas e consumidores. Recentemente, bancos começaram a registrar os primeiros sinais de deterioração no crédito, com o aumento dos saldos vencidos de cartões de crédito e da inadimplência em empréstimos pessoais.

Dados do Banco Central indicam que os saldos vencidos de cartões de crédito atingiram 2,8% em março, o maior índice em três anos, enquanto a inadimplência em empréstimos pessoais saltou para 4,1%, o nível mais alto em nove meses. Adicionalmente, o número de cheques sem fundos também apresentou um aumento significativo.

Em abril, o número de cheques devolvidos alcançou o maior patamar desde a pandemia, totalizando mais de 64 mil, com uma taxa de rejeição de 1,3% em relação ao total de cheques compensados. Em comparação, nos EUA, essa taxa foi de 0,8% em 2024, conforme dados do Federal Reserve.

O aumento da inadimplência não se restringe aos consumidores. Empresas de setores como indústria, varejo, construção e entretenimento também estão sentindo o impacto do consumo mais fraco e das margens de lucro reduzidas. Empresas que antes se beneficiavam de empréstimos em pesos e arbitragem cambial agora enfrentam dificuldades.

A instabilidade no crédito representa um desafio significativo para Milei, que enfrentará eleições legislativas em outubro. O resultado dessas eleições será crucial para avaliar o apoio popular à sua agenda de austeridade. Vale lembrar que, apesar de ter recuado, a inflação ainda permanece em dois dígitos.

É um sinal de alerta. A cobrança de crédito está se tornando mais difícil. disse Gastón Rossi, diretor do Banco Ciudad de Buenos Aires.

Empresas como Albanesi SA já deixaram de pagar juros, enquanto a Celulosa Argentina SA alertou sobre um possível calote. A produtora de cítricos San Miguel AGICI declarou inválida sua última emissão de dívida no mercado local em 13 de maio, e a Petrolera Aconcagua Energía SA encontrou baixa demanda ao buscar captar US$ 250 milhões com investidores internacionais.

Com a proximidade das eleições, a administração Argentina enfrenta uma encruzilhada. A decisão entre priorizar a estabilização econômica ou estimular o crescimento será determinante para o futuro do país.

O governo Milei enfrenta uma escolha difícil antes das eleições: estabilizar ou estimular. disse Rossi, do Banco Ciudad.
O governo optou por reduzir a inflação o mais rápido possível, mirando uma taxa menor até outubro, mesmo que os salários reais fiquem estagnados ou caiam ligeiramente. completou Rossi.

*Reportagem produzida com auxílio de IA

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