O secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, criticou a falta de uma política pública eficaz para proteger as fronteiras brasileiras e combater o tráfico internacional de drogas. A declaração foi feita neste sábado, 7 de junho de 2025, durante um debate sobre a PEC da Segurança Pública.
Derrite destacou que o Brasil, sendo o segundo maior consumidor de cocaína do mundo e com o porto de Santos como um dos principais pontos de exportação, necessita urgentemente de uma estratégia coordenada entre as forças de segurança federais e estaduais para enfrentar o crime organizado. O secretário também apontou a necessidade de asfixiar financeiramente as organizações criminosas, visando enfraquecê-las de forma efetiva.
O secretário questionou a necessidade de uma PEC para tratar de questões que, segundo ele, deveriam ser resolvidas de forma mais direta. Ele enfatizou que o foco principal deveria ser o de enfraquecer financeiramente o crime organizado, que se beneficia da fragilidade das fronteiras e da falta de uma ação coordenada.
Derrite ressaltou a importância da colaboração entre as polícias federais e estaduais, mencionando que o efetivo das forças federais é insuficiente para lidar com a dimensão do problema. Ele apontou que, enquanto a Polícia Federal e a Rodoviária Federal somam cerca de 26 mil agentes, apenas em São Paulo, a polícia conta com 111 mil homens e mulheres.
"Qual é a política pública bem definida para proteger as nossas fronteiras, para evitar que essa droga chegue? Não existe" declarou o secretário.
Outra crítica feita por Derrite foi em relação à reincidência criminal e à necessidade de medidas mais duras contra criminosos que são presos repetidas vezes. Ele defendeu a limitação do acesso à audiência de custódia, argumentando que a sociedade não aceita a soltura de criminosos perigosos logo após a prisão.
O secretário também criticou os repasses federais para a segurança pública, considerando o valor "irrisório" diante do orçamento necessário para combater o crime de forma eficaz. Ele informou que, de um orçamento de R$ 33 bilhões, sua pasta recebe apenas R$ 50 milhões do governo federal, valor considerado insuficiente para enfrentar os desafios da segurança pública.
A fala de Derrite ecoa as preocupações de muitos especialistas em segurança pública, que apontam a necessidade de uma revisão urgente das políticas de proteção de fronteiras e combate ao tráfico no Brasil. A crítica aos repasses federais insuficientes também é um tema recorrente, levantando questões sobre o compromisso do governo federal com a segurança dos estados.
*Reportagem produzida com auxílio de IA