A política em Várzea Grande, no estado de Mato Grosso, vive momentos de tensão. Na última sessão da Câmara Municipal, o presidente Wanderley Cerqueira enfrentou uma derrota judicial movida pelo chamado "G5", grupo composto pelos vereadores Kleber Feitosa, Jero Neto, Gisa Barros, Rogerinho da Dakar e Sargento Galibert. A Justiça determinou que Cerqueira realize a nomeação dos assessores indicados por esses parlamentares, mas, até o momento, a decisão não foi cumprida.
A decisão judicial, emitida em caráter liminar, reconhece o direito dos vereadores do G5 de indicar seus assessores para atuarem no apoio técnico e administrativo de seus mandatos, prática comum em câmaras legislativas. Segundo os vereadores do grupo, o presidente estaria utilizando manobras administrativas para atrasar a efetivação das nomeações, o que, na visão do G5, configura uma afronta direta ao Poder Judiciário.
Clima de insatisfação
Os parlamentares do G5 acusam Wanderley Cerqueira de agir de forma autoritária e de tentar limitar a atuação do grupo, que tem se posicionado como oposição na Casa. Para Kleber Feitosa, um dos líderes do G5, a atitude do presidente reflete um desrespeito às instituições. "Estamos diante de um caso claro de abuso de poder e desobediência judicial. A Justiça foi clara, e essa decisão deve ser cumprida imediatamente", afirmou.
Jero Neto, outro integrante do grupo, destacou que a ausência dos assessores prejudica o trabalho legislativo. "Os assessores são fundamentais para a elaboração de projetos, análise de documentos e atendimento à população. Estamos sendo impedidos de cumprir plenamente nosso papel como representantes do povo de Várzea Grande."
Conflito político
Nos bastidores, o episódio evidencia um racha político na Câmara de Várzea Grande. De um lado, o presidente Wanderley Cerqueira e sua base aliada; do outro, o G5, que tem ganhado força e desafiado o comando da Casa. A decisão judicial é vista como uma vitória importante para o grupo de oposição, mas a resistência de Cerqueira em cumpri-la acirra ainda mais os ânimos.
O que diz o presidente?
Até o fechamento desta matéria, Wanderley Cerqueira não havia se pronunciado oficialmente sobre o caso. Fontes próximas ao presidente alegam que ele estaria analisando os desdobramentos jurídicos antes de tomar qualquer atitude. No entanto, juristas ouvidos pela reportagem alertam que a não observância da decisão pode resultar em sanções, como multas, e até mesmo uma ação por improbidade administrativa.
Próximos passos
O G5 já sinalizou que, caso a decisão não seja cumprida, acionará a Justiça novamente para garantir a execução imediata da liminar e responsabilizar o presidente da Câmara. "O Poder Judiciário é soberano, e não podemos aceitar que uma decisão dessa importância seja ignorada. Vamos lutar até o fim pelo respeito às leis", declarou Sargento Galibert.
Enquanto isso, a população de Várzea Grande acompanha atenta o desenrolar dessa disputa política, que promete marcar o início do ano legislativo de 2025 com polêmicas e confrontos.