Após reunião realizada nesta terça-feira (21) entre deputados da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) e representantes de mais de 14 sindicatos de servidores do Estado de Mato Grosso, ficou decidido que não será discutido o reajuste de 4,83% da Revisão Geral Anual (RGA) proposto pelo governo do Estado. O objetivo dos sindicalistas, agora, é obter apoio de deputados para obterem os passivos dos anos anteriores relativos ao RGA.
A reunião realizada na tarde de hoje (21) no Tribunal de Contas foi fechada. De acordo com a assessoria do deputado Eduardo Botelho, uma nova reunião foi agendada para a manhã desta quarta-feira (22), no Colégio de Líderes, com todos os deputados e representantes dos sindicatos. Só após isso serão definidos os encaminhamentos para votação, que ocorre no mesmo dia.
O Projeto de Lei da RGA 2025, enviado pelo governo, propõe 4,83% de recomposição, o que segundo os sindicalistas estaria muito aquém das perdas inflacionárias acumuladas entre 2018 e 2021. Essas perdas totalizariam 25,81%.
O presidente da Assembleia, deputado Eduardo Botelho, afirmou que não há opção com relação ao percentual de recomposição. No entanto, disse que os servidores irão buscar a ajuda dos deputados para obter os valores devidos por anos anteriores.
"Praticamente não tem nada que pode se fazer, haja vista que o Governo está colocando o valor integral do RGA. Eles estão fazendo questionamentos sobre índices de anos anteriores, que eles têm razão, mas aí é outra luta que eles têm que fazer, (...) mas em relação ao RGA de amanhã não tem muito o que se pode fazer".
A presidente da Federação Sindical dos Servidores Públicos de Mato Grosso (FESSP-MT), Carmen Silvia Campos Machado, confirmou que o objetivo dos servidores não é discutir o percentual proposto, mas sim cobrar os valores devidos.
"A nossa pauta refere-se, única e exclusivamente, à necessidade de se abrir um diálogo institucional junto ao governo do Estado para discutirmos os passivos dos anos anteriores relativos ao RGA. Na verdade, nós não temos nenhuma intenção de discutir o índice que já foi proposto, de 4,83%, pelo governo do Estado. Não é essa a nossa intenção. A nossa intenção é que haja, por parte do governo do Estado, e isso a AL teria essa condição de estar fazendo esse processo de articulação para que nós pudéssemos ser recebidos pelo governador".
Carmen pontuou que, estima-se que, existe perda real de 20% das recomposições que não foram pagas nos anos anteriores e, por isso, irão participar da reunião amanhã (22) com a intenção de sensibilizar algum deputado para viabilizar um diálogo com o governador Mauro Mendes.
"Não é possível pensar que nós vamos ficar anos sem poder discutir uma solução plausível que faça a recomposição desses passivos dos anos anteriores, então nós estamos buscando esse diálogo institucional por acreditar que nós, enquanto servidores públicos estaduais, temos que ser valorizados", disse.
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