Pesquisa elaborada pelo Instituto Trata Brasil e divulgada nesta quarta-feira (20) mostra Várzea Grande entre as piores cidades do país no ranking de saneamento básico. O estudo é feito há 10 anos e o município aparece em todos eles, oscilando pouco na lista.
Os moradores de Várzea Grande, separada da Capital apenas pelo rio Cuiabá, enfrentam problema crônico de fornecimento de água, coleta de lixo e tratamento de esgoto. A edição do Jornal A Gazeta desta quarta mostrou que há 2 meses os varzea-grandenses estão sem água nas torneiras.
Várzea Grande se mantém 92° no ranking de saneamento pelo segundo ano consecutivo. A cidade está entre as piores colocações nos últimos dez anos, alterando apenas a posição.
No levantamento divulgado foram considerados como indicadores o atendimento total de água, atendimento total de esgoto e seu tratamento.
No indicador de investimentos totais por habitantes, a cidade ficou na última colocação dos 100 da lista, com o investimento de apenas R$ 25,91, ficando com a nota 1,12 no quesito.
O Outro lado
O GD procurou a prefeitura Várzea Grande que, por meio do Departamento de Água e Esgoto (DAE), emitiu a seguinte nota:
As Secretarias de Comunicação Social; Assuntos Estratégicos; Governo e Departamento de Água e Esgoto (DAE/VG), em atenção ao pedido de informações deste conceituado órgão de imprensa, sobre o Relatório Trata Brasil que analisa os índices de saneamento básico, esclarece:
* Os dados que tratam o Trata Brasil 2024 são mensurados com informações oficiais dos anos de 2017 a 2021, quando iniciou a atual gestão;
* ?De lá para cá já foram executadas obras de duas Estações de Tratamento de Água (ETA) Grande Cristo Rei e Barra do Pari/Chapéu do Sol que juntas representam mais de 50 milhões de litros/dia, sendo 28,4 milhões da ETA Grande Cristo Rei e 21,6 milhões da ETA Barra do Pari/Chapéu do Sol;
* ?Ainda em 2024, entra em funcionamento a ETA Imigrantes/Bomsucesso de 125 litros por segundo ou 10,8 milhões de litros/dia;
* ?Também foram executados neste período 40 mil metros de novas redes de distribuição de água;
* ?Novos equipamentos, laboratórios, novos conjuntos de motobombas foram adquiridos e os antigos recuperados para ficarem de sobressalentes e funcionarem automaticamente diante da possibilidade de falha por fadiga material ou por problemas externos como energia elétrica, roubos de equipamentos e cabos entre outros.
Os órgãos municipais informam ainda que se faz necessário analisar os dados completos do Trata Brasil como o indicador de perda na distribuição que era de 70,71% e caiu para 41,73% demonstrando avanço na contenção da perda de distribuição.
Outro dado significativo é Indicador de Perda Volumétrica (Litros/Ligação/dia) que era 1.032,45 e caiu para 607,41, reduções que mostram os avanços do trabalho do DAE/VG para que sejam contidos os maiores gargalos que são as perdas, desvios, alta inadimplência e redes antigas existentes na cidade de Várzea Grande.
O DAE/VG reafirma o compromisso de manter investimentos necessários para reverter o atual quadro e que sinaliza por significativa melhora na captação, tratamento e distribuição, sem esquecer que precisa atuar nas demais áreas para conter os desvios, pois hoje são 27 mil ligações clandestinas, ou mais de 100 mil pessoas que interferem na rede e usam da mesma e não pagam pelo serviço.
No tocante ao esgotamento sanitários, duas obras estão em andamento e vão ampliar para 70% o esgoto captado, tratado e devolvido aos rios com melhor qualidade.
Dois projetos do Novo PAC estão aguardando aprovação do Governo Federal que se somam ao BID Pantanal que é um empréstimo internacional, que juntos somados aportarão quase 500 milhões em novos investimentos em água e esgoto, que se saírem do papel podem mudar o atual cenário do abastecimento e saneamento em Várzea Grande tanto em água como em esgoto.
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