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Dólar fecha com máxima nominal histórica de R$ 5,91 após Mercado interpretar como "populista" um projeto que será anunciado hoje por Haddad


Ministro da Fazenda Fernando Haddad | Imagem por Marcelo Camargo/Agência Brasil

BRASÍLIA, 27 de novembro — A cotação do dólar fechou há pouco em R$ 5,9141, o maior valor nominal já registrado na história, após o mercado reagir ao anúncio que será realizado hoje pelo ministro Fernando Haddad, que combinará um já esperado corte de gastos com aumento de despesas (renúncia fiscal) para viabilizar a isenção do Imposto de Renda para rendas de até R$ 5 mil em um projeto a ser enviado ao Congresso.

Em 2023, uma estimativa do governo indicou que a medida poderia gerar um custo entre R$ 35 bilhões e R$ 40 bilhões, considerando que grande parte dos 30 milhões de brasileiros que fazem a declaração do Imposto de Renda seria afetada.

De acordo com o comunicado oficial do governo, o anúncio será feito em cadeia nacional às 20h30, em um pronunciamento de 7 minutos e 18 segundos gravado pelo próprio ministro Haddad e dirigido à nação.

O pronunciamento deverá detalhar o tão esperado corte de gastos do governo, prometido há semanas, além de apresentar um projeto — parte das promessas de campanha — que será enviado ao Congresso para implementar a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5.000.

A inclusão da isenção do Imposto de Renda no pacote de redução de gastos, criticada pelo mercado como "populismo", foi defendida por membros do governo como uma estratégia para mitigar a impopularidade política gerada pelos cortes nas despesas públicas.

Relevante: A atual faixa de isenção do Imposto de Renda é de R$ 2.824 (equivalente a dois salários mínimos), e a Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2024 não prevê nenhum reajuste.

A alta de 1,80% na cotação da moeda americana, vista como um recado do mercado ao retirar recursos do Brasil em momentos de dúvidas sobre a sustentabilidade econômica, fez o dólar superar o recorde anterior de 13 de maio de 2020 (atingiu R$ 5,96 e fechou em R$ 5,9007), registrado durante o auge da pandemia.

Neste ano, o Real já registrou uma desvalorização acumulada de 16,8%, sendo a segunda moeda que mais perdeu valor na América Latina em 2024, superando apenas o peso argentino.

Há uma tensão no mercado quanto à possibilidade de o anúncio não incluir um corte de gastos efetivo (considerado fraco), o que pode fazer o dólar atingir novos e desconhecidos patamares amanhã.


(Matéria em atualização)

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