Uma investigação sobre o assassinato do delator Vinícius Gritzbach revelou uma intrigante conexão entre o PCC, uma ONG e um documentário chamado "O Grito".
De acordo com as investigações, Kauê do Amaral Coelho, membro foragido do PCC, financiou viagens para o diretor do documentário. A produção cinematográfica teve a participação de uma ONG suspeita de ser fachada para os interesses da facção criminosa.
"Fica comprovado que havia total interesse do PCC por trás da ONG, e de dar voz às suas manifestações", afirmou Gakiya. "Chegou a ter um documentário, com participação da ONG, e viagens de dirigentes da ONG a Brasília, onde tiveram contatos com deputados, com integrantes do Ministério da Justiça, da Secretaria Nacional de Políticas Penais. Isso mostra que estavam atingindo o objetivo deles, que era o de influenciar as políticas públicas nessa área do sistema carcerário." disse Gakiya, responsável pela investigação.
Essa estratégia do PCC, de usar um documentário e uma ONG para amplificar sua mensagem, demonstra um nível de sofisticação preocupante. A intenção era moldar a percepção pública e política sobre o sistema prisional, favorecendo seus interesses.
A operação Fake Scream expôs a ONG Pacto Social & Carcerário como instrumento do PCC. A investigação trouxe à tona a existência de um "Projeto ONG", evidenciando o planejamento da facção para manipular a opinião pública e influenciar decisões políticas.
Vale lembrar a Operação Ethos, de 2016, que desmascarou o "Setor dos Gravatas" do PCC, condenando 39 advogados que atuavam como mensageiros da facção. Esses advogados gerenciavam o "Setor da Saúde" do PCC, organizando atendimentos médicos para presos selecionados, demonstrando o controle interno da organização criminosa.
Gakiya alerta para a possibilidade de outras ONGs estarem sendo usadas pelo crime organizado para pressionar instâncias internacionais, como a Corte Interamericana de Direitos Humanos. Essa tática demonstra a capacidade do PCC de se infiltrar em diferentes esferas da sociedade.
A investigação destaca a importância de se monitorar cuidadosamente as atividades de ONGs e a necessidade de se combater a infiltração do crime organizado em instituições governamentais. O caso evidencia a necessidade de uma maior vigilância sobre organizações que atuam na área carcerária.
As revelações sobre o envolvimento do PCC com o documentário e a ONG são preocupantes, e exigem uma resposta firme das autoridades para combater esse tipo de manipulação política. Kauê do Amaral Coelho e outros envolvidos devem ser responsabilizados.
*Reportagem produzida com auxílio de IA