As recentes decisões do presidente Trump de impor tarifas sobre importações do Canadá e México, e dobrar as tarifas sobre produtos chineses, geraram forte volatilidade no mercado global. A medida, embora controversa, pode abrir novas portas para o agronegócio brasileiro, que pode se beneficiar da guerra comercial.
A Pemex, estatal mexicana de petróleo, enfrenta desafios com a nova política tarifária de Trump. No ano passado, a empresa exportou 806 mil barris de petróleo por dia, com 57% destinados aos Estados Unidos. Em janeiro, as exportações caíram 44%, atingindo o nível mais baixo em décadas, com 532.404 barris por dia.
Diante desse cenário, a Pemex busca alternativas para escoar sua produção. Um funcionário do governo mexicano, sob condição de anonimato, revelou que a empresa está em negociações com potenciais compradores na Europa e Ásia.
"O bom é que há apetite pelo petróleo bruto mexicano na Europa, Índia e Ásia. Há demanda por petróleo bruto pesado e bruto Pemex." disse o funcionário do governo.
Ainda segundo o funcionário, compradores chineses demonstraram grande interesse nas conversas iniciais. A demanda, no entanto, será o fator decisivo para o redirecionamento dos fluxos de petróleo.
Fontes da PMI Comercio Internacional, braço comercial da Pemex, confirmaram que China, Índia, Coreia do Sul e até mesmo Japão seriam mercados adequados para a produção da Pemex, apesar dos custos de transporte mais elevados. Uma das fontes ressaltou que apenas a Ásia teria capacidade de absorver o volume não enviado aos EUA, devido ao tipo de refinarias que operam na região.
Apesar das dificuldades, a Pemex descarta oferecer descontos para seus clientes norte-americanos, buscando manter a competitividade de suas exportações. A estratégia da empresa é redirecionar os navios para a Ásia e Europa assim que os contratos com os clientes dos EUA expirarem neste mês.
A decisão de Trump de aumentar as tarifas pode ter um impacto significativo no comércio global, com potencial para remodelar as relações comerciais e abrir novas oportunidades para países como o Brasil. Resta saber se o governo Lula estará atento para aproveitar as oportunidades em meio a essa turbulência.
*Reportagem produzida com auxílio de IA