Família do aluno bombeiro Lucas Veloso Perez, 27, morto por afogamento em treinamento, participa de missa de sétimo dia em Cuiabá e pede empenho da Secretaria de Estado e Segurança Pública (Sesp) para investigar as circunstâncias da morte, ocorrida na manhã do dia 27, na Lagoa Trevisan.
Os pais Cleuvimar e Maria do Carmo, o irmão Thiago, a namorada Vitória e um casal de amigos vieram de Caiapônia (GO) para participar da homenagem e cobrar das autoridades de Mato Grosso isenção na apuração e punição aos responsáveis. Emocionado, o pai Cleuvimar Veloso aproveitou para narrar aos presentes, ao final da missa, que a cidade de Caiapônia está de luto e solidária com a perda da família.
Quando encontra com os moradores nas ruas, muitos choram e não conseguem segurar a emoção, comovidos com a dor. "Nós estamos de luto, só nos resta seguir em frente". Citou ainda o trecho da Bíblia de Eclesiastes 12:7: "Então o nosso corpo voltará para o pó da terra, de onde veio, e o nosso espírito voltará para Deus, que o deu".
Após a missa, o pai, sob forte emoção, recebeu os cumprimentos da fila de soldados, que continuam no curso com formatura prevista para o dia dois de julho. Muitos alunos emocionados choravam abraçados ao pai do colega e amigo. Em breve entrevista, Cleuvimar agradeceu a cobertura da imprensa pelo caso e citou que horas antes manteve um encontro com o secretário de Segurança Pública, Carlos Roveri, cobrando empenho na investigação.
Segundo ele, o secretário garantiu que tem tentado audiência com governador Mauro Mendes para tratar do assunto e não vai medir esforços para apurar os fatos relativos à morte de Lucas Veloso.
"Eu disse a ele que daqui quatro anos, não quero ter que dar um telefonema para a família de outro jovem morto em treinamento, como recebi o telefonema de dona Jane Claro, me pedindo desculpas por não ter conseguido evitar a morte do meu filho", desabafou Cleuvimar.
Diz que é inadmissível uma instituição como os Bombeiros, que tem a atribuição de salvar e preservar vidas, tenha matado dois alunos em treinamento, em oito anos. O padre salesiano Dom Bosco, Tiago Figueiró, se ateve ao tema da esperança na ressurreição na pregação, ao confortar familiares de Lucas e outras famílias que perderam entes queridos.
Gazeta Digital