A procuradoria regional eleitoral do Ministério Público Federal (MPF) rejeitou o arquivamento do inquérito contra o vereador Marcos Paulista (Podemos), investigado por suposta violência política e de gênero na Câmara de Lucas do Rio Verde (354 km ao norte de Cuiabá). A vítima foi vereadora Ideiva Foletto (PRD).
Ele passou a ser investigado após ter atacado a parlamentar durante uma sessão, afirmando que ela precisava aprender a "mexer com gente de testosterona avançada".
A decisão pela apuração ocorreu após o voto-vista do procurador Francisco de Assis Vieira Sanseverino, e foi acatado por unanimidade, afirmando que existem indícios da prática de crime de "impedir ou restringir o exercício de direitos políticos da mulher", diz trecho da decisão publicada nesta sexta-feira (19).
O crime apontado consta na legislação eleitoral, que é quando alguém tenta "assediar, constranger, humilhar, perseguir ou ameaçar, por qualquer meio, candidata a cargo eletivo ou detentora de mandato eletivo, utilizando-se de menosprezo ou discriminação à condição de mulher ou à sua cor, raça ou etnia, com a finalidade de impedir ou de dificultar a sua campanha eleitoral ou o desempenho de seu mandato eletivo"
O caso ocorreu em 2022. Na época, além de alegar ter testosterona avançada, o vereador também chamou a colega de "hiena", "oportunista" e "capacho do prefeito". A discussão ocorreu durante a aprovação do reajuste salarial dos professores da rede municipal.
"A senhora é uma oportunista, vem aqui falar que não somos capacho de prefeito. Quero aqui falar que a senhora é capacho do prefeito, sim, porque eu disse aqui na sessão passada, falei, vereadores, vocês têm que ter coragem de encarar o prefeito (...) para a senhor vir aqui com gesto baixo denegrir vereador (...) quando que a senhora quer comparar chegar aos pés do vereador Márcio? O trabalho que ele faz aqui para defender a população luverdense. O que a senhora sabe fazer aqui é roubar mérito, sair por boa moça, e parece uma hiena", afirmou na ocasião.
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