Deputados de Mato Grosso não acreditam numa possível queda de Carlos Fávaro (PSD) do comando do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) do governo Lula (PT). A conspiração contra o ministro ganhou força nos últimos dias após a polêmica envolvendo as possíveis irregularidades no leilão para compra de arroz importado.
Enquanto Fávaro prestava depoimento à Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados, na manhã desta quarta-feira (19), parlamentares que passavam pelo Salão Negro da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) comentaram sobre os rumores.
O chefe da Casa de Leis, Eduardo Botelho (União), disse que as denúncias precisam ser esclarecidas e que não crê na demissão do ministro. Para a imprensa, o deputado disse que a permanência do senador licenciado no Mapa é positiva para o Estado e para o agronegócio mato-grossense.
"Eu acredito que isso não vai acontecer e vamos torcer que não ocorra. É importante para o Estado ter o ministro lá, como também é importante esclarecer o que houve de incorreto. É importante ter o ministro lá para dialogar com os produtores e acessível para todos", disse.
Com vasta experiência em Brasília, o presidente da Comissão de Constituição e Justiça da ALMT, deputado Júlio Campos (União), também se pronunciou sobre a celeuma. Júlio, que já foi deputado federal por 3 mandatos, pontuou que uma exoneração não seria viável para a União, principalmente diante da atuação que o gestor tem feito para aproximar o governo Lula do setor produtivo.
"Eu acho que isso não deve acontecer. O pronunciamento do ex-secretário Neri Geller foi singelo, sem acusação e não demonstrou uma culpa em cima só do ministro da Agricultura. Há uma pressão muito grande por parte de alguns partidos políticos e do centrão para substituir ele. Mas não vejo essa possibilidade agora, ainda mais pelo trabalho conceituado que ele vem realizando em um ano e meio de mandato com o presidente Lula", pontuou.
Já o presidente do Partido dos Trabalhadores de Mato Grosso (PT) e deputado estadual Valdir Barranco disse que o assunto foi inflamado por siglas que cobiçam a cadeira do ministro. Contudo, o petista também descartou a possibilidade demissão.
"O Mapa é um ministério muito cobiçado, o Brasil tem um agro e uma bancada ruralista muito forte. Há uma disputa, talvez até maior do que outros ministérios importantes como a Saúde e Educação. Existe uma cobiça, mas vejo que não há uma ameaça por parte do governo para tirar ele do cargo", opinou.
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