Garantir atendimento digno e acesso à educação e inclusão são direitos de todos, inclusive das prefeituras e dos vereadores.
Com essa ideia, o grupo de mães cuiabana "TEA União Azul" protocolaram uma carta-compromisso aos candidatos a prefeitos da Capital mato-grossense. O documento traz uma série de medidas possíveis de serem aplicadas nos municípios e que contribuirão para a amenizar as dificuldades das pessoas com deficiência (PCDs) e suas famílias. O texto foi aprovado pelos postulantes à prefeitura e será aberto aos quase 500 candidatos a vereador.
De acordo com a Dilma Camargo, uma das organizadoras do movimento, a ação é necessária e o tempo de compromissos é agora. "As dificuldades enfrentadas são inúmeras e incluem a falta de infraestrutura adequada, a escassez de profissionais qualificados, bem como o cumprimento de políticas públicas específicas e integradas para atender essas demandas", traz
trecho da carta repassada aos postulantes.
Além disso, as mães do grupo enumeraram quatro pontos que precisam receber atenção dos políticos cuiabanos. Entre as sugestões está o investimento em unidades de saúde especializadas e na capacitação de profissionais para o atendimento de
pessoas com TEA e outras deficiências. Inclusão na educação, políticas públicas integradas e participação da comunidade na
formulação de leis e ações de gestão para a área.
Camargo pontuou que estenderá a carta-compromisso aos demais candidatos a vereadores e comentou que a "a luta nunca acaba e que todos os dias milhares de famílias e pessoas com deficiência precisam se esforçar para seguir adiante", concluiu.
Segundo as informações do Superior Tribunal Eleitoral (TSE), nestas eleições haverão 143 mato-grossenses que se candidataram a cargos públicos no estado que possuem alguma deficiência.
Destes, 18 são de Cuiabá e em sua maioria com deficiência visual, seguidos de deficientes físicos, autistas e surdos - não identificados nos dados da justiça eleitoral.
Três candidatos assinaram a carta
Questionados pelo jornal A Gazeta, os candidatos disseram que assinaram a carta de intenções e que pretendem voltar a atenção para a inclusão de pessoas com autismo e outras deficiências. "Certamente eu assino embaixo, junto com essas mães atípicas. Praticamente quase todas as sugestões estão no nosso plano de governo. Eu sou suspeito de falar sobre o tema, pois sou pai atípico e tenho me esforçado em busca de políticas voltadas para autistas e suas famílias", disse
Abílio Brunini (PL).
Já o empresário Domingos Kennedy (MDB) também informou que um dos eixos do seu plano é voltado para a inclusão e cidadania de PCDs e crianças com transtornos do neurodesenvolvimento. "Nossa gestão planeja executar a construção de um
Centro de Atendimento às Crianças com Deficiência", por meio de sua assessoria de imprensa.
Já Lúdio Cabral (PT) frisou que boa parte das recomendações solicitadas pelo grupo já fazem parte de seu projeto de gestão. "Sem dúvida alguma assinaremos essa carta de intenções e aperfeiçoaremos nosso projeto para incluir a participação da comunidade de pais e mães atípicas que lutam diariamente pela saúde, educação e inclusão de seus filhos", comentou. Por meio da assessoria, Eduardo Botelho (União) disse que assinará a carta.
Gazeta Digital