Com erros de português e até deepfakes, bolsonaristas de Mato Grosso se empenham na defesa do candidato a prefeito por São Paulo (SP), Pablo Marçal (PRTB), que teve as redes sociais suspensas pela Justiça Eleitoral. Contudo, esse apoio está longe de estar 100% alinhado entre integrantes da extrema-direita do Estado.
Em meio aos militantes virtuais "pró-Marçal", estão Ulysses Moraes (Podemos) e Xuxu Dal Molim (União). Esses dois personagens são ex-deputados estaduais da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) que acabaram amargando a derrota nas urnas nas últimas eleições. Contudo, não é só isso que os dois têm em comum.
Ambos tentam se manter na mídia através da defesa frenética em pautas que alimentam a extrema-direita. Ulysses que é amigo próximo de Marçal, utilizou o Instagram para criticar o que chamou de "censura" das redes sociais. O ex-parlamentar ainda utilizou a inteligência artificial para se "transformar" no candidato paulista.
"Censuram o Pablo Marçal, o sistema é foda. Mas agora o sistema vai ter que aguentar milhões de Pablo Marçal. É sobre agora a gente divulgar esse plano de governo para as próximas décadas", diz em trecho do vídeo.
A campanha tem como pano de fundo a decisão da Justiça Eleitoral, que barrou temporariamente as redes sociais de Pablo Marçal, sob acusação de que ele teria utilizado pago perfis de terceiros para propagar cortes de seus vídeos na internet. Segundo o documento, a estratégia provocaria um "desequilíbrio na disputa".
Xuxu também usou das redes para inflamar o discurso contra a medida. O ex-vice-prefeito de Sorriso chegou a manifestar que a determinação seria uma forma de "sensura", escrito com a letra "s". No entanto, o ex-deputado refez a postagem após dar conta do erro gramatical, que em poucos minutos já havia sido printada. "A liberdade do Brasil depende de São Paulo agora, chega de sensura" (sic), escreveu.
Racha na direita
Assim como em outros Estados, o apoio a Marçal divide integrantes do clã Bolsonaro mato-grossense, muito embora eles discordem da decisão judicial. Isso porque o projeto do empresário é antagônico ao defendido pelo ex-presidente, que apoia a candidatura de Ricardo Nunes (MDB) na maior metrópole da América Latina.
"Sou contra derrubada de sites, de redes sociais e de banimento de redes sociais como WhatsApp, X, Facebook etc. Porém eu acompanho o PL", disse o deputado federal José Medeiros (PL) ao GD.
No Twitter, o deputado estadual Gilberto Cattani (PL) também expressou que vai continuar seguindo o direcionamento do "capitão". "Sobre São Paulo, prefiro um meia sola ao lado de um militar do que uma sola inteira ao lado de calça leg
onde meu capitão pula de pé eu pulo de cabeça" (sic), disse.
Gazeta Digital