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'ouvi de boca'

Abilio diz que CV interfere na disputa da Mesa Diretora da Câmara


Sem apresentar comprovação, o prefeito eleito Abilio Brunini (PL) acusou a facção criminosa Comando Vermelho de interferir na disputa da Mesa Diretora da Câmara Municipal de Cuiabá. A afirmação ocorreu nesta quarta-feira (6), ao ser questionado novamente sobre o andamento das negociações. Além de citar a interferência do grupo criminoso, o liberal insinua que vereadores ligados ao atual prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) estariam no rol de influência da facção criminosa.

"Eu não vou entregar a Mesa para o Comando, não vou entregar a Mesa para Fávaro, não vou entregar a Mesa para Botelho. Não vou entregar a nenhum desses grupos não, se tiver que enfrentar nós vamos enfrentar", disse.

Ao ser questionado sobre quais são os parlamentares ligados ao Comando Vermelho, Abilio desconversou e disse que ainda está juntando provas porque até o momento só tem "ouvido de boca" sobre supostas ligações.

A declaração de Abilio coloca em suspeita outros nomes que têm demonstrado interesse na disputa, como o vereador Jeferson Siqueira (PSD) e o atual presidente da Câmara Chico 2000, do mesmo partido de Abilio, e que o apoiou na disputa eleitoral.

O prefeito eleito também afirma que sua interferência na disputa da Mesa Diretora com a indicação da vereadora eleita Paula Calil (PL) seria para defender a independência da Câmara. "A gente sabe com quem a gente tá lidando, a gente sabe das forças que a gente tá lidando. A gente já ouviu boato que tá rolando dinheiro pra conseguir votos lá na Mesa da Câmara, a gente tá ouvindo o que tá acontecendo", completou.

Abilio também acusou que o interesse na presidência da Câmara seria para conseguir manter cargos dos apoiadores do prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) e manter alguns contratos de empresas ligadas a essas pessoas. O prefeito eleito também afirmou que se sentirá ameaçado se perder a Mesa Diretora do parlamento cuiabano. Ele afirma que a relação será conflituosa.

As declarações de Abilio demonstram que ele não quer ter oposição dentro da Câmara, sob alegação de que poderá ser chantageado.

"Não é uma invasão de Poder de jeito nenhum. É uma defesa. Imagina eu como prefeito, uma das primeiras mudanças que a gente quer fazer é revogar umas taxas, revogar alguns projetos que foram aprovados. Aí, eu mando pra Câmara e alguns desses vereadores se tiverem na presidência poderão segurar pra tentar negociar comigo o voto da aprovação ou não pautar o projeto. Não vou fazer esse tipo de negociação eu sou a favor de uma Câmara independente, inclusive independente de fatores externos", esbravejou.

Além de Abilio, o policial federal e vereador eleito Rafael Ranalli já mencionou a ligação de parlamentares com grupos criminosos. Pressionado a revelar nomes, o parlamentar desconversou e também não apresentou provas quanto as suas acusações.

Gazeta Digital

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