O ex-presidente da Assembleia Legislativa (ALMT), José Geraldo Riva, foi intimado pela Justiça para indicar qual entidade beneficente ele prestará serviços comunitários, conforme estabelecido pelo seu acordo de colaboração premiada. O despacho é da juíza Edna Ederli Coutinho, que lembrou que a prestação de serviços à comunidade deverá ser de 8 horas semanais.
"Determino que o sentenciado compareça à Central Integrada de Alternativas Penais (CIAP) desta Comarca ou entre em contato telefônico, em até 03 (três) dias, após a intimação desta decisão, para realizar entrevista, com o objetivo de indicar a entidade beneficente que receberá o serviço prestado, informando o endereço, os dias e o período matutino e/ou vespertino a serem laborados, em observância as peculiaridades do reeducando", diz trecho do despacho do dia 22 de novembro.
Ela ainda determina que a CIAP encaminhe relatório mensal da prestação de serviços e a especificação dos trabalhos que serão executados, "e em caso de descumprimento comunique imediatamente a este Juízo". No mês passado, Riva saiu do regime semiaberto para regime aberto. Com isso, ele retirou a tornozeleira eletrônica para monitoramento.
A progressão de pena ocorreu porque o ex-deputado conseguiu comprovar a conclusão de vários cursos, como "terrorismo, narcotráfico, organizações criminosas e crimes digitais", "tecnologia em negócios imobiliários", "planejamento e gestão de obras públicas", "política e sociedade" e "resolução eficaz de problemas".
O início dos serviços voluntário é mais uma etapa do acordo de colaboração premiada, homologada pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJ), em fevereiro de 2020. Ao todo, ele irá devolver R$ 92 milhões aos cofres públicos como ressarcimento.
José Geraldo Riva atuou na política mato-grossense de 1995 a 2014 com influência, conduzindo a gestão da Casa por vários mandatos. Nos documentos, o ex-deputado detalhou que, durante os 20 anos, houve pagamentos de propina para 38 parlamentares com o objetivo de apoiarem o governo do Estado. O valor total do esquema chegou a R$ 175,7 milhões.
Segundo a delação de Riva, o esquema funcionou nos governos Dante de Oliveira (1995-2002), Blairo Maggi (2003-2010) e Silval Barbosa (2010-2014). Neste mesmo período, Riva ainda afirma que foram gastos mais de R$ 38 milhões para a compra das eleições da Mesa Diretora do parlamento mato-grossense.
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