Evento discute abordagens e desafios no tratamento da hanseníase em Mato Grosso.

Nesta segunda-feira (27), a partir das 13h30, o auditório do Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso (CRM-MT) será palco do evento "Vozes da Hanseníase", organizado pela Câmara Técnica de Hanseníase do CRM-MT em parceria com o Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (MORHAN) e a Rede Hans. O encontro tem como objetivo oferecer uma visão abrangente sobre os serviços de saúde destinados ao atendimento de pacientes com hanseníase, além de promover um espaço de diálogo para que pacientes e profissionais de saúde possam compartilhar suas vivências e desafios.

Durante o evento, gestores de diferentes esferas governamentais serão convidados a apresentar iniciativas e planos de ação voltados para o enfrentamento da hanseníase em Mato Grosso. A proposta é fomentar a troca de experiências e propor soluções para as dificuldades que o estado enfrenta no combate à doença.

Vanessa Raquel Wagner, representante do MORHAN Mato Grosso, ressaltou a importância do evento para cobrar respostas concretas do governo estadual sobre as melhorias necessárias no atendimento aos pacientes. "Os pacientes têm encontrado grandes dificuldades para acessar medicamentos e realizar consultas com médicos hansenologistas, devido às longas filas de espera. Além disso, ainda não há atendimento adequado por equipes multiprofissionais, mesmo com a existência de um concurso público em vigor que poderia ajudar a suprir a carência de profissionais", destacou Wagner.

Em Cuiabá, as regiões norte, oeste, leste e sul foram identificadas como áreas de risco elevado para a hanseníase. Dados alarmantes indicam que, na capital, 514 casos foram notificados em crianças menores de 15 anos, com maior incidência nas regiões norte e oeste. Esses números refletem a persistência da doença, que é endêmica em Mato Grosso.

Em 2023, o estado registrou 4.212 casos de hanseníase, mantendo-se como o líder no Brasil em termos de taxa de detecção. De janeiro a outubro de 2024, o número de casos já ultrapassou 4.348, o que reforça a urgência de políticas públicas mais eficazes e ações concretas no combate à doença.

Sobre a hanseníase

A hanseníase é uma doença infecciosa e contagiosa, causada pela bactéria *Mycobacterium leprae*, que afeta principalmente a pele, os nervos periféricos e as mucosas. O diagnóstico precoce é fundamental para evitar complicações e a transmissão da doença, por isso é essencial que qualquer sinal suspeito seja acompanhado por um médico. O tratamento é eficaz e gratuito, mas depende do diagnóstico rápido e do acompanhamento contínuo.

A campanha **Janeiro Roxo** foi criada com o objetivo de conscientizar a população sobre a hanseníase, e o **Dia Mundial Contra a Hanseníase**, comemorado em 26 de janeiro, é uma data importante para reforçar a luta contra o estigma e promover a conscientização sobre a importância do diagnóstico precoce e da prevenção.