O governador Mauro Mendes (União) comparou o crescimento das organizações criminosas no Brasil com um câncer que pode se tornar uma "metástase". A declaração foi feita nesta segunda-feira (15), durante entrevista para o Jornal da Manhã, na Jovem Pan News.
"As organizações criminosas, fato é, estão crescendo como um câncer em todo o país. Esse câncer vai acabar virando uma metástase. Hoje as grandes cidades brasileiras vivem essa realidade", disse Mauro.
Sem citar nomes, Mauro citou como exemplo o líder de uma facção criminosa que, mesmo estando preso há quase duas décadas, continua no comando da organização e a fazendo crescer.
Olha que absurdo, um dos líderes de uma das grandes facções criminosas do país continua preso há quase duas décadas e continua lá de dentro da prisão comandando e a facção continua crescendo. Isso está no Brasil inteiro. Nosso sistema prisional no Brasil como um todo está terrivelmente sucateado. São palavras do CNJ que acompanha isso", afirmou.
Mauro citou as ações do Governo de Mato Grosso, como investimento em tecnologia, contratação de mais policiais, compra de armamento moderno, mas para ele nada disso será suficiente se não houver empenho em mudar a legislação.
"Nós estamos enxugando gelo porque a lei brasileira é ineficiente para combater esses criminosos e a forma como eles estão atuando. Nós prendemos aqui um bandido com 300 quilos de maconha, dois dias depois ele estava solto na audiência de custódia. Como pode isso?", questionou.
Isso desestimula a polícia, você prende, a Justiça solta. Mas não é porque a Justiça, o juiz é bonzinho não, é porque a lei brasileira é frouxa. Enquanto nós tivermos uma lei inadequada para combater de uma forma mais eficiente essa nova realidade do crime organizado no nosso país, lamentavelmente todos os esforços que estão sendo feitos ou poderão ser feitos serão em vão", concluiu.
Para o governador de Mato Grosso, os criminosos perderam o medo da Justiça e de serem punidos. Durante a entrevista, Mauro também criticou as 'saidinhas' temporárias de presos, que são usadas como oportunidade para fugir da cadeia e voltar a praticar crimes.
"Está comprovado, muitos bandidos saem ali naquele momento, não retornam, praticam crimes quando saem. É necessária uma atualização mais forte, mais firme da lei brasileira como um ponto de partida para que a gente possa inverter isso, senão nós vamos ficar enxugando gelo", concluiu.
Repórter MT